Não existe palavras, ideais religiosos ou políticos que possam justificar
o que aconteceu em Paris. As 17 pessoas que foram brutalmente assassinadas,
entre elas quatro judeus mortos no ataque ao supermercado kosher e as demais no jornal satírico Charlie Hebdo no último dia 07.01, foram vítimas da intolerância
religiosa de radicais islâmicos, e isso é algo lamentável e inaceitável. Foi um
ato terrorista e não podemos negar esse fato.
É preciso dizer que em nome da “liberdade de imprensa”, o jornal Charlie Hebdo passa e muito os limites
do respeito e da decência. Uma parte de mim é “JE SUIS CHARLIE”, e essa
parte protesta contra o violento atentado terrorista que ceifou a vida de
pessoas que deveriam estar vivas.
Mas preciso afirmar com todas as letras: “JE NE SUIS PAS CHARLIE” (Eu não sou Charlie), porque não posso
concordar com a forma desrespeitosa que o tal jornal satiriza pessoas, credos e
acontecimentos históricos.
Terrorismo não se faz só com armas e bombas. Serei exagerado ao afirmar
que esse humor negro e maldoso do jornal satírico Charlie Hebdo é uma
espécie de terrorismo intelectual? Em nome da “liberdade de expressão” posso
ofender, denegrir, desprezar, insultar quem quer que seja ao meu bel prazer? NÃO!
Até onde deve ir a “liberdade de expressão”? Liberdade sem responsabilidade se
transforma em libertinagem.
Como cidadão, pessoa e cristão que sou, reprovo essas charges que
na melhor das hipóteses são maldosas. Caro leitor preciso novamente afirmar:
“JE NE SUIS PAS CHARLIE”
Não foram só os muçulmanos ou o Islamismo que foi difamado. A diferença que existe nos católicos, judeus ou cristãos que de
igual modo foram esculhambados pelo jornal, é que mesmo sendo profundamente ofendidos
pelas publicações do Charlie Hebdo, ninguém saiu matando pessoas. Parece que
essa "minoria de radicais islâmicos" que podem chegar a 25% da irmandade, resolveram seguir o conselho do grande líder
Aiatolá Khomeini...
“A alegria maior no islã é matar e ser morto por Alá”
Aiatolá
Khomeini
Aqui ficam algumas Charges publicadas pelo jornal:
“A verdadeira história do menino Jesus”
Aqui o jornal fala do conclave que vai escolher o novo chefe da Igreja Católica. O título diz: “Outra eleição fraudada”. Na cruz, o próprio Cristo pede para votar enquanto um dos cardeais lhe faz sinal de silêncio.
O papa Francisco no Rio, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, pronto para um desfile de Carnaval: está seminu, com uma tanguinha, algumas lantejoulas e uma sandália estilo Globeleza, e afirma: “Tudo para conseguir clientes”.
Hitler aparece alegre e diz: “Olá judeus, e aí?”.
O jornal retrata a renúncia de Bento 16. O papa que era conhecido por sua rigidez doutrinária, aparece como um gay que sai do armário, “enfim, livre”.
Aqui um soldado israelense, pisoteando palestinos, enfia a baioneta na garganta de um deles e grita: “Parem! Deus não existe!”
Essa charge foi publicada em 1977. Anuar Sadat, presidente do Egito, visitou Israel na celebração da paz entre os dois países. O título do jornal diz o seguinte: “Um cabrito lambe o traseiro de um judeu”. O primeiro pergunta: “Agora a gente faz a paz?”. O outro responde: “Continua. A gente vê depois”.
“JE NE SUIS
PAS CHARLIE”
(Eu não sou
Charlie)
Harry Oliveira
13.01.2015
Braunschweig - Alemanha