Hoje temos carros cada vez mais velozes e luxuosos, casas maiores, alta tecnologia
que facilita a nossa vida, grandes supermercados, shoppings, restaurantes, bons
hotéis, boas opções de lazer, tiramos férias, temos abundância de comida, a
lista de coisas é interminável... Era de se esperar que nós, seres humanos,
cristãos e filhos de Deus, vivessemos uma vida alegre e satisfeita.
Não é o que muitas vezes acontece. Se está calor reclamamos, se faz
frio, murmuramos, se está seco, desejamos chuva, se chove, logo ficamos irritados.
Imagine se Deus fosse satisfazer todos
os nossos gostos?
Muitas pessoas parecem com o irmão mais velho da Parábola do Filho Pródigo que
tinha tudo, mas vivia como um pobre, tinha uma fazenda, mas vivia como um
sem-terra, tinha um pai maravilhoso, mas vivia como se fosse um órfão, tinha
empregados, mas vivia como se fosse um escravo, tinha dinheiro, mas vivia como
um mendigo, tinha tudo para ser feliz, mas era infeliz.
O que realmente traz felicidade? Há poucos dias quando estava ministrando em um igreja
numa localidade no interior de Moçambique - África, fiquei observando no culto
a alegria daqueles irmãos, a forma como adoravam a Deus, como dançavam, alguns
descalços, muitos com roupas muito usadas, cheios de necessidades materias, mas
louvavam a Deus de uma forma tão especial que deixa qualquer cristão perplexo.
Depois de andar pelas ruas daquela localidade, conhecer os irmãos e as suas
extremas necessidades, posso afirmar com
toda a convicção: “Dinheiro não traz felicidade”. É verdade que a falta
de dinheiro complica muito a nossa vida, mas trazer felicidade? De maneira
alguma! Não são poucas as vezes que ouvimos as notícias sobre pessoas que
tiraram as suas próprias vidas, mesmo sendo ricas, bem sucedidas, ou com uma situação financeira favorável.
Quando vi nossos irmãos africanos louvando a Deus com tanta alegria mesmo em
meio a tantas dificuldades, só pude me lembrar emocionado do texto sagrado: “A
alegria do Senhor é a nossa força” .
Quando digo dificuldade, não estou me referindo as nossas “dificuldades” a que
estamos acostumados, ma refiro a muita dificuldade, com por exemplo, quando
estávamos comendo um delicioso arroz com feijão e carne de galinha, que as
irmãs tinham preparado, e um pastor
daquela localidade me falou: “Para muitos
irmãos aqui, esta é a primeira vez neste ano que estão comendo carne”.
Estamos quase terminando o ano de 2012! Quando falo de dificuldades, me refiro
a uma das cenas que vi quando estava na estrada viajando naquele país, onde
depois de ter chovido, reparei que algumas crianças estavam no quintal de uma casa,
que não passava de uma choupana coberta de palha, com alguns baldes e com uma caneca colhiam a
água vermelha por causa do barro e colocavam dentro dos baldes. Fui informado
que por causa da falta de água, eles estavam colhendo aquela água para depois
usarem para beber e preparar a comida…. Não me contaram esta história triste,
eu estava lá, eu vi!
Portanto caro leitor, lembre-se: quando pensar em reclamar da sua vida, saiba
que existe milhões de pessoas que não sabem o que irão comer no almoço de
amanhã.
Se encha da alegria do Senhor pois ela é a nossa força!
Harry Oliveira
19.10.2012
Braunschweig - Alemanha
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