quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A política brasileira e o cristão (1)


Nestes dias em que se aproximam a eleições no Brasil é comum ver nas ruas, na televisão, nas redes sociais e não raro dentro das igrejas, a propaganda política. Também é muito comum  a igreja de Jesus receber a visita de muitos políticos ou canditatos, que especialmente nesta altura do ano, ou melhor dizendo, que a cada 4 (quatro) anos nesta altura do ano, demonstram uma PROFUNDA religiosidade,  fé e muito amor des-interesseiro.

É lamentável que isso somente aconteça a cada quatro anos. Não é novidade nenhuma que o chamado “reduto cristão” é composto por milhões de pessoas no Brasil e está crescendo cada vez mais e todo político ou candidato sabe o que isso significa: votos, e votos é o que decide uma eleição.  Mais lamentável do que a maciça presença de candidatos e políticos na igreja de Jesus nesta altura do ano, é a postura de muitas igrejas e daqueles que foram colocados à frente do rebanho – os pastores. Muitas lideranças “evangélicas” vêem uma oportunidade nesta altura das eleições, para concretizarem projetos, reformar ou construir templos, legislar em causa própria, e muitos  dos que se dizem cristãos se vendem em troca de favores como:  “vale refeição”, “vale combustível”, só faltam inventar o “Vale Benção”, se é que já não criaram…

Deve existir cristãos na política? Acredito que sim. O cristão deve participar ativamente da sociedade e dar a sua contribuição para que haja uma sociedade mais justa. A bíblia mostra várias pessoas que ocuparam posições de liderança na sociedade, como José, Neemias, os três amigos de Daniel e o próprio Daniel. Um cristão deve  obedecer, honrar e orar pelas autoridades constituídas.
(1Timóteo 2:1-2)  “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência.”
 (Ex 22.28)  “Não amaldiçoarás o príncipe do teu povo.” 
(Ec 10.20 ) “Não amaldiçoes o rei.” 
(1Pe 2.17 )“Tratai a todos com honra, amai aos irmãos, temei a Deus, honrai ao rei.” 

Um pastor deve entrar na política? NÃO, jamais! Deus  não escolheu pessoas para anunciar as Boas Novas, e  depois de ficarem conhecidas  pelo ministério que receberam de Deus, se lançarem como candidatos a um cargo político, e muitas vezes com o pretexto de que “Deus falou”. A propósito, sobre esse negócio de que “Deus falou” isso e aquilo, tenho uma opnião pessoal -  que não é bíblica, digo eu e não o Senhor, de que no céu deve existir  um  livro, cujo autor é Deus  e tem  o seguinte título: “Coisas que eu nunca disse”. Me parece que a cada dia que passa este livro  ganha dezenas de novas páginas com tanta coisa que dizem que “Deus disse”,   que na verdade até Deus duvida!
Mas voltando ao assunto da política, fico imaginando se a política brasileira tivesse a intenção de realmente servir a sociedade, se os políticos realmente estivessem interessados em servir os seus eleitores ao invés de serem motivados pelos avultados salários e benefícios que receberão durante 4(quatro) anos, se a igreja cumprisse o seu papel na evangelização do mundo, então teríamos um mundo quase perfeito!
Não adianta vir com a história de que é preciso entrar na política para poder ajudar o próximo, isso não é verdade, pois muito mais coisas são  feitas pelos anônimos da sociedade, por quem não ganha um tostão, do que pelos políticos, que na verdade visam os seus próprios lucros às custas do povo. Apesar de não me simpatizar nenhum pouco com o “Tiririca” que atualmente é deputado, na sua propaganda eleitoral ele dizia: “Se me perguntar o que faz um deputado não sei dizer, mas vote em mim que depois eu te digo”. Depois de eleito perguntaram o que fazia um deputado e ele respondeu: “Ganha muito e faz muito pouco”.   
No link abaixo fica um exemplo de políticos sérios e que realmente entram para a política com o intuito de servir a sociedade, é claro que se fosse assim no Brasil, o Congresso, o Senado, a Câmara dos Deputados, as prefeituras e outras reparticões públicas estariam vazias precisando de “candidatos”!
Jesus não escreveu nenhum livro, não gravou nenhum CD, não se candidatou a nenhum cargo político, mas alimentou os famintos, ajudou os necessitados, as suas obras e os seus ensinamentos transformaram vidas, a sua curta passagem pela terra, dividiu a história em Antes de Cristo (a.C) e  de Depois de Cristo (d.C) e continua  transformando  vidas até hoje. É necessário ser político para fazer o bem e  ajudar quem precisa? É claro que não!
Termino minha reflexão prometendo voltar a escrever, citando uma matéria que li muitos anos atrás na revista Manual do Obreiro da CPAD, onde trazia uma entrevista com um pastor da Assembléia de Deus de uma cidade do interior do Brasil e que também era o prefeito da cidade, quando questionado sobre a questão de um pastor ser político, o referido pastor prefeito respondeu: Um bom cristão não serve para ser um bom político. Um bom político não serve para ser um bom cristão”.  Como prefeito que era, esse pastor deve saber o estava falando...

Harry Oliveira
12.09.2012
Braunschweig – Alemanha

Políticos sem mordomias!

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